segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Quem Eu Sou?

 
 
Mestre Kuthumi - Canalizada por Maria Silvia Orlovas
 
Tive um longo caminho, passei por muitas situações, por muitas estradas.
Eu me vi refletido na face de muitas pessoas.
 
Sempre procurei respostas, para o amor. Sempre quis o amor, a aceitação, o carinho e muitas vezes chamei esse amor de sucesso. Porque queria ter sucesso. E o sucesso para mim, não era apenas o aplauso. Era saber que eu fazia a grande diferença.
 
Fui um grande orador, trabalhei para ser esse orador, trabalhei para ser aquilo que me tornei, como vocês fazem, trabalhar para alcançar objetivos, para vencer desafios. E chegou um momento na minha caminhada e que me perguntei não mais quem eu era, porque achava que era aquela pessoa, aquele homem que tinha fama, aquela pessoa que tinha alcançado uma condição de sucesso, de realização, de respeito. As pessoas me respeitavam, e era isso que queria. Esse era o meu sucesso.
 
Onde chegava as pessoas me olhavam, Nossa é o Grande...
 
E ai comecei a entender que aquilo não me satisfazia, que haviam outros sentimentos dentro de mim, e que cada vez queria mais sucesso, mais aplausos, mais reconhecimentos. Sofria pelo reconhecimento, porque não me reconhecia, não via minha própria luz.
 
Falava coisas para as pessoas, fazia coisas para as pessoas. Era um escravo do fazer, um escravo do viver, um escravo em busca de aceitação, de reconhecimento, de sucesso, de prestigio, de respeito e de amor. E as pessoas me traziam isso, mas nunca era suficiente, porque havia uma cratera dentro de mim. De não compreensão, e entrei em um momento de profunda depressão, um profundo momento triste da minha vida, que julguei como eterno. Porque normalmente a tristeza traz a ideia da eternidade, porque é muito ruim estar triste, é muito ruim estar fora da sua conexão, do seu eixo, da sua vibração, da sua luz, e era assim que eu me sentia.
 
E naquela época eu morava numa grande cidade, cercada de uma colina, de vales. E muitas vezes fui dormir ao relento, ah!
 
Eu aprendi a compreender os vagabundos, porque eles não são vagabundos, são apenas pessoas que não se encaixam a sociedade. E me tornei um, as minhas roupas começaram a perder o brilho. Eu me lavava quando podia, e depois passava dias, às vezes com dificuldade até para tomar água. Mas estava tão introspectado, tão dentro de mim mesmo, que nada do que fazia ou vivia tinha sentido pra mim. Estava tudo bem, o buraco era grande, o sofrimento era profundo.
 
Vinha de uma família rica, muito bem situada, e as pessoas vinham atrás de mim e eu me escondia naquela sujeira, porque eu não queria que elas me reconhecessem. Vivi minha vida inteira atrás de reconhecimento. E aquele momento, que era como uma morte de tudo aquilo que eu já tinha acreditado, se tornou também o meu esconderijo.
 
Eu não queria que as pessoas me resgatassem daquilo que estava aprendendo, daquilo o que estava vivendo. Eu não precisava do resgate de ninguém, porque sabia que o resgate de alguém, o reconhecimento de alguém, iria me trazer de volta pro mundo que não queria mais viver.
 
Eu queria estar em paz, e aquele silencio e aquele recolhimento, começou a me trazer paz. Porque comecei a deixar de perseguir as coisas do mundo, deixei de sofrer querendo agradar alguém, deixei de me desgastar querendo cada vez fazer melhor, fazer melhor, fazer melhor.
Porque vivia aprisionado a uma ambição de fazer bem feito, porque achava que quanto mais bem feito fazia, as coisas que eu tinha que fazer, seria reconhecido, amado e acolhido.
 
E ai, me acostumei a dormir ao relento, a ser abraçado pela lua, a ser protegido pelos galhos de uma árvore frondosa, a ser alimentado por pessoas que me enxergavam, porque a maioria não quer ver um mendigo. E esse movimento foi fundamental, pra minha vida, pra minha evolução, para meu crescimento. E passei muito tempo ai, nesses arrabaldes da cidade, observando as coisas.
 
Tinha tantos pensamentos. Teria pensamentos pra mil vidas, mas Deus foi generoso comigo e foi dissolvendo meus pensamentos, e foi permitindo que esquecesse as coisas que achava que sabia.
 
Foi muito bom não ter que carregar tudo aquilo que achava que sabia, porque aquilo era um peso. E quando fui aliviando esse peso, comecei a agradecer, quando chovia, agradecer quando fazia sol e me sentia aquecido depois de uma noite fria. Comecei desejar de novo a ver as pessoas. E ai entendi, que devia fazer parte do mundo de novo, que ai tinha alguma coisa pra trocar, pra ensinar.
 
Eu não vi as rugas chegarem no meu rosto, não vi os meus cabelos crescerem, porque mal olhava para minha aparência. Eu que um dia tinha sido tão vaidoso! Não me preocupava mais com o julgamento das pessoas, e também não me preocupava em julgar ninguém. A minha ascensão, minha compreensão espiritual veio aos poucos. Sem manifestações espirituais, sem seres que viessem me dar confirmação. Nada disso aconteceu, eu não era assim. Era apenas uma pessoa que tinha um mundo interior muito intenso, que tinha estudado muito, que tinha crescido muito. E foi preciso que eu abrisse mão de tudo, pra que me sentisse amado, e esse amor teve que vir de mim.
 
Eu sou mestre Kuthumi, e eu tive muitas vidas no oriente. E felizmente de onde eu vim, os mendigos não são açoitados, não são desrespeitados, e muitos deles não são bêbados, nem loucos. Eles apenas renunciam a fama, ao valor, ao dinheiro, ao prestigio, e aos olhos dos homens.
 
Nem todos os mendigos são santos, nem todos os santos são mendigos.
 
Não é preciso encontrar sempre um denominador comum, que acolha as ideias de todos. Não é preciso. O mundo é diferente, as pessoas são diferentes! E a verdade de cada pode ser uma grande luz e uma grande verdade, desde que haja nela o amor.
 
As religiões podem ensinar aquilo que elas precisam ensinar, usando cada uma os seus símbolos, suas palavras, os seus retratos, seus guias, desde que elas convirjam para amor.
 
E essa é a minha mensagem pra vocês.
 
Se permitam ser muitos, respeitando a individualidade de cada um. Se permitam, em muitos se tornarem um só, quando esse um for o amor.
 
Recebam nossas bênçãos e nosso amor.
 
E sintam, que vocês podem ser o que são, e que é muito bem-vindo um trabalho espiritual voltado aos ensinamentos da Fraternidade Branca, aqui nessa cidade (Sorocaba), aqui neste grupo, com vocês. E nunca esqueçam que não é preciso de reconhecimento, é preciso que vocês se reconheçam. Que vocês se conectem com a sua luz e se vejam amorosamente como servidores. E apenas isso.
 
A honra do servir é a maior honra que alguém pode ter.
 
Espiritualmente é muito elevado, amar com sabedoria.
 
É isso que a chama amarela em conexão com a chama rosa, traz aqui hoje à vocês.
Amar, saber e servir.
 
Tenham paz!
 
 
PS: "Mestre KUTHUMI, para quem não sabe, em uma de suas encarnações na Terra, foi o querido Francisco de Assis. Foi também o grande filósofo e matemático Pitágoras."

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